Barbearia é «santuário» de Elvis Presley
Aníbal Simão, barbeiro em Oliveira de Azeméis, fez-se à estrada em 2002, atravessando uma grande parte da América, numa viagem de autocarro que demorou 37 horas.
Autor: EDVi
Fundação recupera lago do parque La Salette

A Fundação La Salette (FLS) tem em curso o projecto de requalificação do lago do parque da cidade de Oliveira de Azeméis decorrendo de momento trabalhos de reparação de fendas e impermeabilização da estrutura.

A execução da empreitada – envolvendo a FLS, elementos da Comissão de Festas, Câmara Municipal, juntas de freguesia de Oliveira de Azeméis e S. Roque, bombeiros e empresas – insere-se no plano geral de recuperação paisagística daquele espaço.

Autor: oazonline
Festas de La Salette arrancam hoje
A maior devoção religiosa dos oliveirenses cumpre-se hoje, com o início das festas em honra de Nossa Senhora de La Salette. A cidade de Oliveira de Azeméis e o recinto à volta do santuário, onde decorrem os festejos, estão engalanados para receber milhares de visitantes e turistas que nesta altura do ano acorrem ao parque de La Salette.
Autor: Jornal de Notícias
Festas de La Salette iniciam-se este sábado

A maior devoção religiosa dos oliveirenses cumpre-se já este sábado, 5 de Agosto, com o início das Festas em honra de Nossa Senhora de La Salette.

A cidade de Oliveira de Azeméis e o recinto à volta do santuário, onde decorrem os festejos, estão engalanados para receber milhares de visitantes e turistas que nesta altura do ano acorrem ao parque de La Salette.

Autor: oazonline
Novo coreto recebe bandas durante as Festas de La Salette
As obras de restauro do coreto do parque de La Salette vão ser inauguradas antes do início dos festejos em honra de Nossa Senhora de La Salette, a realizar entre 5 e 14 de Agosto.
Autor: oazonline
Fundação La Salette repudia novos actos de vandalismo
Os actos de vandalismo voltaram ao parque de La Salette. Em apenas três meses esta é a segunda vez que o vandalismo assolou este espaço de rara beleza localizado em Oliveira de Azeméis.
Autor: oazonline
Comissão garante brilho às Festas de La Salette

O regresso ao passado e à genuinidade das Festas de La Salette. É esta a aposta da Fundação La Salette para as festividades deste ano que decorrem entre os dias 5 e 14 de Agosto.

O programa, apresentado pela Comissão alargada de Festas, revela isso mesmo: o elevado cariz popular e religioso dos festejos que arrastam anualmente milhares de pessoas ao santuário inaugurado em 1880.

Autor: oazonline
Moinhos de Ul já recebem visitas
O programa completo do Parque Molinológico está a ser aprontado, mas as intervenções nos 11 moinhos já terminaram. E, enquanto as visitas já se sucedem, a Câmara quer transformar o pólo num vector de defesa ambiental.
Autor: A Voz de Azeméis
Parque temático de moinhos de Azeméis em fase de conclusão
Moinhos a funcionar no descasque do arroz, um núcleo museológico do moinho e do pão, um auditório, salas para exposições, caminhos pedestres, um centro de interpretação da paisagem envolvente, alguns espigueiros. Estas são as principais estruturas que compõem o Parque Temático Molinológico de Oliveira de Azeméis, que deverá estar definitivamente concluído em meados do próximo ano.
Autor: Publico
Carregosa

O povoamento de Carregosa remonta aos tempos pré-históricos. A existência de uma mamoa referida nas Inquirições de D. Afonso III, prova o povoamento desta terra pelos Celtas. Por aqui terão passado também os romanos, como testemunham os topónimos “villa de Zagães” e vários “casalia” que aquelas Inquisições também documentam.

O topónimo Teamonde, que o alemão Joseph Piel inclui nos nomes germanos da toponímia portuguesa, vem comprovar a fixação nesta região dos povos bárbaros que invadiram a Península Ibérica, após a queda do Império Romano do Ocidente, em 476.

O documento escrito mais antigo sobre Carregosa é anterior à fundação da Nacionalidade portuguesa e trata-se de uma escritura de doação referida ao livro Preto da Sé de Coimbra e transladada por Alexandre Herculano no Portugaliae Monumenta Histórica. Nesse documento, datado de 922, o rei Ordonho doa ao Bispo Gonçalo e ao Mosteiro de Crestuma bens no lugar de Teamonde.

Administrativamente, Carregosa foi do termo da Feira, comarca de Esgueira e depois comarca da Feira. Actualmente, pertence ao Município e comarca de Oliveira de Azeméis, tendo sido elevada a vila em 13 de Julho de 1990.

Esta vila, plantada num ameno e fértil vale regado pelo rio Antuã, mantém ainda um vasto património edificado e cultural. Aqui abundam as capelas, os cruzeiros e as quintas. As Capelas de Nossa Senhora da Ribeira, de Nossa Senhora da Guia, de Azagães e de Santo António; as Quintas de Santo António, do Padre Aguiar, da Costeira e da Póvoa e a Casa de Ínsua; os Cruzeiros de Teamonde, de Azagães e da Igreja. Mas o que distingue e credencia esta freguesia é, sem dúvida, o seu original Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, situado no Parque da Quinta da Costeira, o primeiro consagrado a Nossa Senhora de Lourdes, em Portugal. Obra da autoria do Bispo-Conde de Coimbra, D. Manuel Correia de Bastos Pina e de seu irmão, o conselheiro António Maria Correia Bastos Pina, foi inaugurado em Agosto de 1902, tendo os trabalhos de construção sido iniciados em Março de 1898. Com a preocupação de sugestionar longinquamente o santuário pirenaico, esta é uma obra imaginosa e agradável, bem enquadrada no seu meio.

A Casa de Ínsua, actualmente casa de campo, merece uma especial referência, dado que é a única unidade de Turismo no Espaço Rural do Município de Oliveira de Azeméis. Esta casa, construída nos princípios do século XVIII teve ampliações posteriores.

A Quinta da Póvoa, outra referência histórica e patrimonial desta freguesia, conserva ainda o antigo carácter do portão da Quinta, de meados do século XVIII, sendo este uma obra rara na zona.

A. Costa, no seu Dicionário Corográfico, refere, de facto, que aqui existiu "uma excelente fábrica de papel, com motor hidráulico, no lugar da Póvoa". E esclarece que esta fábrica, fundada em 1858, pertencia ao Morgado da Póvoa, produzia anualmente "3 contos de réis de papel", e que obtivera uma menção honrosa na Exposição Industrial Portuense de 1861. A indústria da região baseia-se na metalurgia e é de salientar que nesta terra nasceu a arte de latoaria, que veio mais tarde a expandir-se para Vale de Cambra, Município limítrofe, e Cesar, freguesia vizinha.

Mapa da Freguesia de Carregosa

Autor: Monografia de Oliveira de Azeméis
Loureiro

Loureiro foi um simples curato de Avanca e como Avanca, por concessão pontifícia a D. Manuel I, foi transformada numa nova comenda da Ordem de Cristo, passou para o novo padroado.

Data de 993 a primeira referência histórica a Loureiro, através da venda de uma herdade "na villa de Loureiro, entre a villa de Tonce e Macieira, perto do Castro Recarei, em território portucalense". Contudo, a existência jurídica da paróquia só está documentada a partir de 1220, o que não exclui a hipótese de ela ser muito mais antiga. Vem citada numa lista de terras e propriedades de Mosteiros e Ordens da diocese do Porto nas Terras de Santa Maria e diz: “in freegesia Loureiro habet Templum 1 Casal”, ou seja, “A Ordem dos Templários tem um casal na freguesia de Loureiro”.

Entretanto, no “Livro Preto de Grijó”, do século XIII, pode ler-se: “...na aldeia de Loureiro disseram as testemunhas que ouviram dizer a muitos homens novos e vedros (velhos) que a quarta dessa igreja de Loureiro é de El-Rei e que viram pousar Rei Dom Afonso”. Este documento, para além de demonstrar a existência duma sujeição da terra ao poder regalengo, oferece-nos motivos de curiosidade histórica, pelo facto de nele se testemunhar a visita de D. Afonso III à freguesia de Loureiro.

Aqui nasceu D. Frei Caetano Brandão, mais precisamente no lugar da Igreja, em 11 de Setembro de 1740, numa casa ainda hoje conservada, para a qual se projecta o futuro museu de Loureiro. Filho do sargento-mor de ordenanças Tomé Pacheco da Cunha e sua mulher D. Maria Josefa da Cruz, este ilustre franciscano e catedrático em Teologia, foi Bispo do Pará, de 1782 a 1789, e depois Arcebispo de Braga, onde faleceu a 15 de Dezembro de 1805, tendo deixado vasta obra de beneficência e desenvolvimento em ambas as cidades.

De Loureiro foi também natural o Dr. Albino dos Reis, político, que exerceu elevados cargos na vida pública. Foi Presidente da Câmara Municipal, Governador Civil, Ministro do Interior, Deputado, Presidente do Supremo Tribunal Administrativo, Presidente da Assembleia Nacional e Membro Vitalício do Município de Estado.

Loureiro é uma freguesia de antigas tradições, das quais se destacam as feiras da Alumieira, na Páscoa. “Saltar o rego. Todas as Páscoas há encontro marcado em Alumieira, Loureiro, "P'ra ver os burros". Páscoa a Páscoa, ano após ano, à Segunda-feira de tarde o largo torna-se pequeno para tanta gente. Desde que há memória, Saltar o rego constitui a parte profana, popular, no tempo sagrado da Páscoa. Provavelmente, uma herança dos árabes que por cá passaram entre os séculos VIII e X d.C. (...)

Várias vezes centenária, existe em Alumieira, Loureiro, uma prática tradicional provavelmente única no País. Saltar o rego é uma expressão bem conhecida, simbolizando as corridas de cavalos e burros realizadas nas segundas-feiras da Páscoa, junto ao Largo de Alumieira. Como é que surgiu? Voltemos aos "Guardadores de memórias", os mais antigos do lugar, que transmitem o que sabem: “Já o meu avô ouvia do dele que na Segunda-feira da Páscoa havia uma grande feira no largo. Nessa feira vendia-se de tudo, desde animais domésticos a alfaias agrícolas. A atravessar o largo da Alumieira existia um rego de água, que servia para o regadio dos campos. Antigamente na região eram criados e vendidos muitos cavalos e burros. Então os vendedores que apareciam na feira, para mostrar se os animais eram bons, galopavam e obrigavam os cavalos a saltar o rego de água. Assim via-se se eles tinham força nas pernas. As pessoas gostavam de ver; aplaudiam e os compradores faziam as suas escolhas.” (...) Hoje, Saltar o rego é uma corrida de cavalos ou burros, com concorrentes, eliminatórias, finais e prémios. Corre-se pela vitória, já não se salta para mostrar e vender os equídeos.” (Joaquim Coelho)

As Almas Mouras e a área protegida do Antuã são locais que proporcionam momentos únicos e paradisíacos.

Visitados os moínhos da Minhoteira, a Capela de Nossa Senhora da Alumieira, é tempo de parar na grandiosa Quinta do Barão, uma área que alberga a sede de algumas colectividades de Loureiro.

No largo da Alumieira pode-se também observar o Monumento ao Emigrante, representado por um rapaz do povo, em tamanho natural, sentado, pensativo, em bronze, assinado por H. Moreira 1966, sobre base de granito; e ainda um busto de bronze do conselheiro Dr. Albino dos Reis, datado de 22 de Dezembro de 1968.

Mapa da Freguesia de Loureiro

Autor: Monografia de Oliveira de Azeméis
Pindelo

Pindelo é também uma freguesia de remota existência, tendo como primeira referência escrita um documento com a data de 1134. Deve o seu nome à palavra latina "pinitellum", diminutivo de "pinitum" (pinhal). A povoação terá crescido no sopé do monte do Pereiro, a cerca de 500 metros de altura, outrora designado de Monte Codal.

Nos tempos dos Visigodos, o território de Pindelo pertenceu à diocese do Porto, que aqui terminava, ao longo do curso do rio Antuã.

Depois das invasões muçulmanas, Pindelo terá sido reconquistado pelos presores galegos, antepassados de Ega Moniz, e doada, primeiro ao Mosteiro de Pedroso e depois ao de Paço de Sousa.

Antes ainda da primeira referência escrita a Pindelo surge, em 994, na documentação o nome de Pinhão, actual lugar da freguesia, cujas propriedades se estendiam por parte de Ossela. Nas Memórias de Paço de Sousa surge nova doação, em 1131, de Mónio Viegas, filho de Egas Moniz e de Dorotea Odoriz, da alguns bens ao mosteiro.

Até 1540, Pindelo pertenceu aos seus primitivos senhorios, passando depois para a posse das religiosas do mosteiro da Madre de Deus de Monchique, no Porto.

A própria paróquia da Santa Maria de Pindelo é de grande antiguidade. Nas Inquisições de D. Afonso III, em 1258, aparece citada, pela primeira vez, como paróquia de Santa Maria de Pydello. Contudo, o padroado passou por várias etapas e muitos proprietários. Na anexação das rendas da mesa abacial de Paço de Sousa à Companhia de Jesus, destinadas à Universidade de Évora, ficou a esta Pindelo, e depois da supressão da mesma seguiu a sorte dos bens que lhe eram próprios.

Em Pindelo realizava-se uma importante Feira de Gado, no dia 23 de cada mês, no lugar de Pinhão, onde se venera o Bom Jesus da Agonia, típico santuário de remotas tradições.

Também aqui existiu uma das mais antigas fábricas de papel do distrito de Aveiro, quiçá uma das mais antigas do País. Laborava no lugar de Pombarinho e apresentava no "selo de água" uma pomba. É de realçar o facto de que actualmente se podem encontrar documentos na Torre do Tombo tendo como suporte papel saído desta fábrica.

No período entre 1783 e 1801, é sabido que o ofício de “sombreiro” ou chapeleiro teve grande importância económica em Pindelo. Houve também aqui uma mina de cobre, no lugar de Ladeira, concedida ao Visconde de Castro e Silva que chegou a ser explorada.

Em termos de património merecem destaque a Igreja velha e o casario circundante, assim como, a Capela de Pinhão, os moínhos e a Serra do Pereiro.

Sobre a construção da Capela de Pinhão existe uma lenda que diz que no alto do Monte do Pereiro, teria existido uma capela. Como contam os mais antigos, após a sua destruição, as pedras foram transportadas, às costas, pelo povo, para a construção da Capela do Bom Jesus da Agonia.

Mapa da Freguesia de Pindelo

Autor: Monografia de Oliveira de Azeméis
Pinheiro da Bemposta

Pinheiro da Bemposta é uma freguesia onde se respira História.

Segundo a tradição, a origem etimológica do seu nome provém de um grande pinheiro que existia junto à antiga estrada, no lugar da Areosa, debaixo do qual os passageiros descansavam. O nome Bemposta provém da sua airosa e elevada posição, de onde se abarca larga panorâmica sobre a Ria de Aveiro, desde Ovar até à Serra da Boa Viagem ou ainda até ao mar.

Povoação de remota importância, aparece já referida num documento de 1109, em que um padre Rodrigo doou à Sé de Coimbra a quarta parte da vila rústica do Curval, situada entre a Branca e Alviães. Em 1114, no lugar de Figueiredo, os Bispos do Porto e Coimbra reuniram-se para tentar uma reconciliação relativamente às fronteiras das suas dioceses. Contudo, o povoamento de Pinheiro da Bemposta, situa-se em épocas bem mais remotas. Existem sólidos argumentos que defendem a existência, aqui, nas margens do rio Antuã, do histórico Mosteiro de Santa Marinha do Antuã, doado por Lucídio Vimaranes ao Mosteiro de Castromire. Por outro lado, a existência dos topónimos “Paço”, “Alcance ou Alcouce”, e o facto de Figueiredo ter sido denominado ao longo dos tempos “Figueiredo de Rei”, levam a crer que, no tempo da ocupação sarracena, por aqui se fixou figura grada das hostes mouras.

O Município da Bemposta, de fundação antiquíssima e ao qual o rei D. Manuel dera foral em 13 de Julho de 1514, foi extinto por decreto de 24 de Setembro de 1855. Foi "um dos mais importantes Municípios da comarca da Estremadura", como pode ler-se numa publicação de 1527, estendendo-se pela seguinte área: Pinheiro da Bemposta, Palmaz, Loureiro, Travanca, Macinhata da Seixa e Ul (do Município de Oliveira de Azeméis), Branca e Ribeira de Fráguas (Albergaria-a-Velha), Fermelã, Canelas, Salreu e Santiais (Estarreja) e Assequins (Águeda).

Volvidos vários séculos, não escasseiam aqui sinais da riqueza e grandeza outrora existentes.

O maior interesse do património construído está no Cruzeiro do Pinheiro da Bemposta, Monumento Nacional, datado de 1604, com restauros posteriores. Por trás dele existe uma interessante Casa de Brasileiro; à esquerda a Casa do Cruzeiro, do século XVIII. Na EN1, seguindo na direcção do Porto, encontra-se a setecentista Casa dos Arcos.

Já no lugar da Bemposta, antiga sede do extinto Município da Bemposta, existe ainda a Casa dos Paços do Município e Cadeia e o Pelourinho manuelino (Imóvel de Interesse Público, construído em meados do século XVI), contíguo à Casa de S. Gonçalo, com capela anexa. A seguir, à esquerda, outra Casa da família Côrte-Real e a Casa do Arco.

Merecem também uma visita atenta a Fonte da Bemposta (recentemente recuperada); o Cruzeiro paroquial; a Igreja Matriz; a Capela de Nossa Senhora da Ribeira, incluíndo os seus retábulos e esculturas (Imóvel de Interesse Público); os núcleos rurais da Casa do Curval e de Figueiredo; as Quintas do Barral, do Calvário, do Passal e de Vera-Cruz.

A igreja matriz é uma espaçosa construção de finais do século XVII e princípios do século XVIII. Da invocação de S. Paio é um dos mais imponentes edifícios da região.

A Capela de Nossa Senhora da Ribeira constitui há séculos um templo de grande devoção. Foi erguida em 1611, num lugar solitário, romântico, quase paradisíaco. A história que se conta sobre a sua construção é a seguinte:

Uma viúva residente neste local prometera erguer uma nova capela à Virgem Maria, caso o seu único filho fosse ordenado padre. A criança, misteriosamente, desapareceu uma manhã no final da missa, em companhia de frades peregrinos. Passados muitos anos, quando o filho era apenas uma dolorosa e inconformada lembrança, a envelhecida mãe foi, como habitualmente, para o monte apascentar as ovelhas. Ao cair da noite, quando regressava a casa, eis que surge uma comitiva a pedir dormida e alimento, hospedagem que as condições de miséria da pastora não permitia. Tinha apenas uns restos de farinha escura para umas papas, pobre refeição que os cavaleiros logo aceitaram. De entre os viajantes falava-lhe o filho, já então bispo eleito de Cabo Verde que, dando-se a conhecer, anunciou vir cumprir o voto que a mãe tinha feito: construir uma capela em honra da Virgem Maria. Mais tarde, a mãe do bispo, D. Frei Sebastião de Ascensão, foi recolhida num convento. Esta lenda foi sendo transmitida de geração em geração, embora existam motivos para afirmar que seja mais verdade que ficção.

Embora já com algumas alterações, o edifício da Malaposta do Curval, classificado como Imóvel de Interesse Público, constituiu uma das 32 estações de paragem das diligências que se dirigiam do Porto a Lisboa. Aqui também se trocavam as mulas, que recolhiam nestas instalações para alimentação e descanso.

Um dos outros ex-libris de Pinheiro da Bemposta é a sua centenária Sociedade Musical Harmonia Pinheirense, fundada com o título de "Sociedade Phylarmónica Harmonia Pinheirense", em 13 de Novembro de 1881.

Mapa da Freguesia de Pinheiro da Bemposta

Autor: Monografia de Oliveira de Azeméis
Travanca

Travanca é uma freguesia atravessada pela EN1, entre Macinhata da Seixa e Pinheiro da Bemposta, na margem esquerda do rio Antuã.

S. Martinho de Travanca aparece citada num documento de 1104, numa doação ao Mosteiro de Grijó, feita pelos filhos de Soeiro Fromarigues, padroeiro daquele mosteiro. Desde essa data, passou a figurar como priorado de apresentação e padroado de Grijó, cujos priores, com cultura universitária e poderes notariais, influenciaram profundamente a vida económica e social da freguesia e das freguesias vizinhas.

O topónimo Travanca relaciona-se com a natureza do terreno e função da maioria dos seus moradores que, nos conturbados tempos da Idade Média, exerceram aqui o trabalho de sentinelas e de controlo de mercadorias das Terras de Santa Maria para o sul e vice-versa.

No século XIII viveu em Travanca uma família que instituiu aqui a honra de Baesteyros (Besteiros), que igualmente possuía propriedades no lugar de Damonde, no qual estavam também incluídos lugares da freguesia vizinha de Palmaz. Esta honra durou até ao século XVI, com o título de Quinta, Aio Foral de Angeja e dos seus anexos.

Os rios e os ribeiros desta freguesia foram coutadas dos Condes da Feira, dos quais era a mesma freguesia, e assim permaneceram até 1700, data da extinção deste condado, passando depois para a Casa do Infantado que durou até 1834.

Travanca dependeu da diocese de Coimbra, foi do julgado de Figueiredo e comarca de Estarreja, quando integrava o Município da Bemposta, mas como desaparecimento deste, em 1855, passou a fazer parte do Município de Oliveira de Azeméis.

Sob o aspecto artístico tem que destacar-se a Capela do Espírito Santo, a qual conserva o retábulo antigo do Sacramento, em pedra ançã, obra notável da primeira época do escultor João de Ruão; a Capela de Nossa Senhora das Flores, situada no alto de um monte, que nos oferece uma panorâmica única, avistando-se a ria e até o mar; a Casa da Malaposta; a Casa Solarenga de Besteiros e a Igreja Paroquial, de carácter rural que domina a estrada nacional.

Mapa da Freguesia de Travanca

Autor: Monografia de Oliveira de Azeméis
Ul

Ul, nome céltico, cuja origem parece apontar para o étimo "uria", ou seja, ribeiro. Ul é um topónimo que tanto designa a freguesia como o rio que a banha, pelo lado norte, e aqui se juntar ao Antuã, no sítio da Ponte de Dois Rios. Ul é também o nome mais pequeno das freguesias de Portugal.

A freguesia de Santa Maria de Ul já era do Município da Bemposta no ano de 1527. Pertenceu à comarca e ouvidoria da Feira e, nos meados do século XVIII, à comarca de Esgueira.

A sua história está marcada por um passado muito remoto, recuando aos tempos pré‑históricos, em que a presença humana por estas paragens está sobejamente documentada através de importantes achados arqueológicos, que atestam a presença de povos muito anteriores aos romanos.

Como já foi referido, alguns elementos apontam para que se situasse Talábriga, encantada cidade dos Pesures, nomeadamente o facto de terem aparecido aqui, junto ao castro de Ul e no leito da conhecida Via Romana (Lisboa-Braga) um marco miliário e um "Terminus Augustalis".

"Junto a esta aldeia é o sítio da Corredoura. Diz o povo da terra que se lhe deu este nome por ser aqui que os mouros faziam corridas de cavalos, torneios e outros jogos", diz Pinho Leal que descreve a freguesia nestes termos: "Passando o rio, mais abaixo, para oeste, se sobe o Monte das Almas da Moura, ao qual em antigos documentos se dá o nome de "Mamoinhas". É atravessado pelos alicerces de um muro. Isto prova com evidência que esta terra era já habitada por um povo pré-histórico, que existiu muitos séculos antes da invasão dos fenícios e dos cartagineses, pois ainda se vêem aqui algumas mamoas pré-celtas; e foi a elas que o sítio deve o nome de Mamoinhas. Sobre um pequeno outeiro da aldeia do Avenal está uma casa, chamada o Paço, propriedade de um lavrador. Não tem vestígios alguns de remota antiguidade mas é de tradição que deve o nome a ter aqui havido um nobre paço, do senhor da freguesia".

São famosos nesta terra os moínhos de água, cuja existência vem de muito longe. Documentos do século XVIII já atestam a sua presença em terras de Ul.

No início, moeu-se o milho, depois o trigo e, mais tarde, passou a descascar-se o arroz.

Para se avaliar o peso que a moagem artesanal chegou a ter, basta recordar que em 1951, e de acordo com um estudo do Padre Arede, era de 84 o número de moínhos em laboração, com um total de 327 “rodas”, o que dá uma média de 4 “rodas” por moínho, um número raramente atingido noutras regiões com características idênticas.

Para assegurar a força motriz destes moínhos foram construídos 38 açudes, ou seja, pequenas barragens de onde partiam as “levadas” de água que accionavam aquelas “rodas”.

Os moínhos de água de Ul, outrora dezenas e dezenas, actualmente marcos simbólicos de um interessante conjunto arquitectónico rural pertencente ao passado.

Condições naturais únicas ditaram a Ul a primeira etapa da industrialização: os moínhos de Ul e as padarias tradicionais representaram o passo inicial para o desenvolvimento, em que as actividades dos moleiros e das padeiras, ambas de igual sobrenome, tiveram grande influência.

Mais tarde, outra actividade se iniciou com o aproveitamento dos moínhos de água – a do descasque do arroz que, progressivamente se foi modernizando, ganhando importância e primazia até aos nossos dias. Actualmente, o sector da moagem, embora ultrapassado na predominância que outrora gozou, continua a manter em Ul uma grande dinâmica. E no que respeita ao descasque e embalagem do arroz, estão aqui implantadas as maiores indústrias nacionais do género, que produzem cerca de 60% da produção nacional.

Nesta freguesia merecem, pois, especial destaque os moínhos de água ao longo dos rios Antuã e Ul; o fabrico tradicional do Pão de Ul e da Regueifa de Ul; a Ponte da Salgueirinha; o Largo da Igreja e a Quinta, Casa e Capela de Adães, datadas do século XVII.

A Igreja Paroquial, ou de Santa Maria, sita na confluência dos rios Ul e Antuã e fronteira ao Castro, data de 1790. Este templo assenta sobre plataforma de um raro monumento romano ou romanizado, de onde foram exumados dois preciosos padrões: o marco miliário da milha XII e o Terminus Augustalis, o qual se encontra embutido na parede exterior da sacristia. Esta igreja, sobretudo por este motivo, é um importante centro cultural a preservar.

Mapa da Freguesia de Ul

Autor: Monografia de Oliveira de Azeméis
S. Roque

Vila Chã de S. Roque orgulha-se de ter sido a primeira terra a fabricar vidro em Portugal, na Quinta do Côvo. De facto, por ter nascido aqui, no século XV, a unidade industrial vidreira mais importante do País - a Fábrica do Côvo - foi designada como "Raínha do Vidro em Portugal".

O usual designativo da freguesia até ao século XVII foi o de Vila Chã Serrana (ou Serrã), eclesiasticamente o de S. Pedro de Vila Chã, dado que era, por um lado, uma região relativamente plana, e por outro, aproximava-se das linhas de alturas do nascente do Município. O designativo São Roque surge como definitivo da difusão do culto deste santo pela Segunda metade do século XVI, época em que foi trazida para a igreja uma imagem e instituída uma irmandade.

Vila Chã de S. Roque é referenciada, inicialmente, num documento de 1121, através da doação a D. Diogo Salamil pelo bispo de Coimbra D. Gonçalo, passando mais tarde para o Cabido do Porto, em cujo padroado se manteve a sua velha igreja de S. Roque.

O nome de Vila Chã surge novamente em 1211, numa carta de venda, feita por um tal Gonçalo Gonçalves e Urraca Martins ao Cabido da Sé do Porto e ao seu deão, Durando, de uma herdade sita nesta freguesia e na de Olivar (antiga Oliveira de Azeméis), pela quantia de 300 maravedis. Segundo as Inquisições Afonsinas, em Vila Chã, o rei não possuía terra alguma e apenas cobrava o imposto de nove quartos de talhamento do pão. Mais tarde, em 1288, por novas Inquirições ordenadas por D. Dinis, averiguou-se que havia, desde tempos imemoriais, uma quinta privilegiada, no lugar de Vila Chã, pertença de Fernando Gonçalves, senhor da freguesia.

Não entrava nela o mordomo, antigo oficial de justiça encarregado de citações e execuções e pagava-se por dois casais no lugar de Samil (Saamir), três soldos e por toda esta honra, terra privilegiada, como já se dizia nas Inquirições de 1251, nove quartos de pão.

Vila Chã aproveita também do foral concedido por D. Manuel I à vila da Feira e Terra de Santa Maria.

Na Idade Média, ergueu-se aqui um curioso castelo, chamado da Lomba, e que teve assento o solar da família Castro e Lemos, na vasta quinta do Côvo, tendo capela privativa, hospedaria para visitantes ilustres e uma grande coutada para caçadas anuais ao coelho e ao javali. A Quinta tem a forma de um polígono quase regular, sendo atravessada pelo rio Antuã e pela estrada que liga as cidades de Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra. Da casa primitiva pouco resta, devido às grandes alterações que sofreu ao longo dos tempos. A casa actual constitui uma das mais importantes vivendas de província, verdadeira residência senhorial. O edifício para habitação, com 40 divisões, foi reedificado em 1850, e conjuntamente com as antigas fábricas de vidro, forma uma povoação. A capela privativa, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, de linhas barrocas, foi mandada erigir pelo pai do Conde do Côvo, em 1862. Em princípios do século XX, a laboração de vidro que ali existiu durante quatro séculos consecutivos, foi definitivamente parada, dando-se novo destino às construções industriais, adaptando-as às explorações pecuária e agrícola.

Nesta quinta passou Eça de Queirós tempo suficiente para colher motivos para alguns dos seus livros, como por exemplo, "A Capital" e "A ilustre Casa de Ramires".

Actualmente, a Quinta do Côvo dispõe de cerca de 500 hectares de área, 50 Km de caminho para passeios equestres, uma escola de equitação e uma espécie de hotel para cavalos.

Para além da famosa Quinta do Côvo, merecem ainda destaque a Igreja Paroquial, de S. Pedro, cujo edifício anterior teria sido acabado em 1590 ou 91, sendo o actual da fase de transição seis-setecentista; a Capela de Santo António, sita em Bustelo, um edifício inteiramente renovado em 1881, existindo, em frente, um cruzeiro com a mesma data; a Capela de Samir, uma capela isolada e dependente duma casa lateral (1885), inspirada nos temas tradicionais, mas obra de construtor regional.

Mapa da Freguesia de S. Roque

Autor: Monografia de Oliveira de Azeméis
Localização

Situado entre o mar e a serra, numa chã airosa que divide os vales dos rios Antuã e Ul, a 220 metros de altitude, encontramos o Município de Oliveira de Azeméis.

Detentor de paisagens de rara beleza e de um património histórico e cultural considerável, Oliveira de Azeméis e o seu território concelhio oferecem, a qualquer forasteiro, o repouso e a tranquilidade reconfortantes do campo, conjugados com a azáfama e o bulício do ambiente urbano de algumas freguesias.

O Município de Oliveira de Azeméis é constituído por dezanove freguesias, uma cidade, oito vilas e dez aldeias, que ocupam uma área de cerca de 163 Km2. São elas: Carregosa, Cesar, Fajões, Loureiro, Macieira de Sarnes, Macinhata da Seixa, Madaíl, Nogueira do Cravo, Oliveira de Azeméis, Ossela, Palmaz, Pindelo, Pinheiro da Bemposta, S. Martinho da Gândara, Santiago de Riba-Ul, Travanca, Ul, Vila Chã de S. Roque e Vila de Cucujães.

Oliveira de Azeméis dista aproximadamente 35 Km da sede de distrito, a cidade de Aveiro, e 40 Km da cidade do Porto, sendo limitado a Norte pelos Municípios de S. João da Madeira e Santa Maria da Feira, a Nordeste por Arouca, a Este por Vale de Cambra, a Sudeste por Sever do Vouga, a Sul por Albergaria-a-Velha, a Sudoeste por Estarreja e a Oeste por Ovar.

Integra o Agrupamento de Municípios de Entre Douro e Vouga e a Associação de Municípios de Terras de Santa Maria, conjuntamente com Arouca, Santa Maria da Feira, S. João da Madeira e Vale de Cambra.

O Município é atravessado pela EN1, que foi substituída na década de 90 pelo IC2, situado a nascente desta. A poente, tocando ligeiramente o território concelhio na freguesia de Loureiro, passa a A1-Auto-Estrada do Norte. É também atravessado do Litoral para o Interior pela EN224 que em breve ligará o Nó de Estarreja do IP1 ao Nó de Travanca no IC2 e do Nó do Pocinho no IC2 a Vale de Cambra e Arouca. A sul, já fora do Município, o IP5 liga o litoral à fronteira, entre Aveiro e Vilar Formoso.

É servido ainda pela linha férrea do Vale do Vouga que atravessa, de sul para norte, as freguesias de Pinheiro da Bemposta, Travanca, Macinhata da Seixa, Ul, Oliveira de Azeméis, Santiago de Riba-Ul e Cucujães.

As ligações rodoviárias de transporte de passageiros são maioritariamente com o Porto havendo, no entanto, carreiras regulares com Vale de Cambra, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira, Aveiro, Arouca, Ovar, para além das carreiras locais que ligam algumas freguesias e povoações do Município.

Autor: Monografia de Oliveira de Azeméis

© oazonline - geral@oazonline.com