Antigos alunos homenagearam Prof. António CosteiraSe ainda estivesse entre nós, António Costeira completaria, no dia 7 deste mês, 50 anos como professor. E foram estas bodas de ouro que os alunos da sua primeira turma, de 1955, quiseram assinalar e homenagear com um convívio no passado domingo, que reuniu cerca de 44 pessoas entre antigos alunos, amigos e familiares deste saudoso professor. Esta data já estava na mira dos antigos alunos há algum tempo, mas não contavam era que tivessem de fazer o convívio sem o professor. Contudo, como frisou Joaquim Costa, antigo aluno, “queríamos que a homenagem fosse feita na sua presença, mas a nossa amizade e companheirismo já lhe foram manifestados em anteriores convívios e tivemos oportunidade de ver a sua emoção em ter-nos por perto”. “Vamos ter um professor porreiro!” Depois de descerrada a placa de homenagem dos alunos da 4ª classe na Escola Conde de Ferreira, onde António Costeira começou a leccionar e, no passado domingo, teve início a cerimónia de homenagem ao professor, o seu antigo aluno António David, em nome dos restantes colegas, recordou o primeiro dia de aulas da sua turma de cerca de 40 companheiros. Decorria o dia 7 de Outubro de 1955… “Cerca de quatro dezenas de rapazes com a idade de 10 anos, alguns descalços, com calças de peitilho com duas alças, mas só uma apertada, porque a outra não tinha botão, com uma saca a tiracolo de serapilheira com o seu material didáctico, incluindo a bola de trapos e o pião, entravam na sala de aula desta nossa querida escola. Encontrámos um professor muito jovem (19 anos) para nos dar a sua primeira aula e logo com as suas primeiras palavras nos cativou. Murmurámos uns para os outros: Vamos ter um professor porreiro!” De acordo com estes antigos alunos e os dizeres na placa descerrada, António Costeira não ensinou a estes homens de hoje apenas o ‘a, e, i, o, u’ ou os números. Foi muito mais do que isso. “Educou-nos para a solidariedade, a cidadania, a responsabilidade e a tolerância”, pode ler-se na placa de homenagem que, a partir deste dia, passou a fazer parte da parede do hall da Escola Conde de Ferreira, em Oliveira de Azeméis. O seu apoio enquanto docente e a sua disponibilidade para ajudar os alunos também foram recordados por António David. “Logo a seguir às férias da Páscoa, alguns alunos queriam seguir os seus estudos e, para isso, era preciso fazer o Exame de Admissão. O nosso professor António Costeira logo se dispôs a dar-nos explicações, gratuitamente aos mais necessitados”. “Este professor marcou-nos para o resto das nossas vidas”, concluiu. “Todas as homenagens são merecidas” “Foi um bom pai, um bom professor, um benemérito da cidade e um grande desportista”. Foi desta forma que Arnaldo Costeira se referiu ao seu pai, numa altura de emoção e em que as palavras custavam a sair. “Não é falta de humildade dizer que todas as homenagens são merecidas”, afirmou Arnaldo Costeira, confessando que o seu pai não gostava muito de homenagens, porque “tudo o que fazia era a pensar nas pessoas”. Em representação da Câmara Municipal estiveram Albino Martins e Gracinda Leal, que se associaram à “justa” homenagem organizada pelos alunos da 4ª classe de 1955. O vice-presidente da autarquia elogiou a placa de homenagem por nela conter aspectos que, além do ensino das letras e dos números, devem estar na educação ministrada por um professor. “António Costeira foi um condutor de homens e um grande educador. São estas as facetas que merecem o nosso reconhecimento”, realçou Albino Martins, recordando que, em jeito de homenagem e reconhecimento, a Câmara Municipal deu o nome do saudoso professor a uma rua da cidade. Autor: Ana Catelas Fonte: Correio de Azeméis Data: 2005-10-19 15:38
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