Cavaco Silva sente que o país lhe está receptivo

O candidato esteve em Oliveira de Azeméis, tendo reafirmado a sua crença de que os portugueses o vêem como ‘a competência’ que pode dar a volta ao texto. E arregimentou o mundo empresarial para a batalha do progresso.

Cavaco Silva esteve em Oliveira de Azeméis na passada terça-feira, tendo almoçado com empresários do distrito de Aveiro, na ‘Quinta dos Carvalhos’, na Margonça - Cucujães. De seguida, passou pelo centro citadino, na rotunda do Rainha, junto à sua sede de campanha, onde foi alvo do carinho optimista de muitos apoiantes.

E, perante as mais de 500 pessoas - na sua grande maioria empresários, e entre os quais muitos oliveirenses - reunidas ao almoço, o candidato mostrou-se optimista, face às reacções recolhidas junto do eleitorado. Realçou a postura do "povo simples", que tem aderido à sua campanha, aproveitando para fazer ecoar "o grito de esperança" que, pelo país real, lhe tem mostrado que os portugueses estão dispostos a arregaçar as mangas para dar caça à malfadada crise.

Mas, Cavaco depressa adequou o seu discurso em função da audiência, passando de um tom mais generalista para um que envolveu os empresários no novo desígnio nacional: a recuperação da economia, via um reforço da competitividade das nossas empresas. Puxou pela teoria de que as exportações terão de ser a alavanca da recuperação e enfatizou que aos empreendedores cabe boa parte da responsabilidade pela erradicação da crise. Recorreu até a uma máxima do antigo presidente americano John Kennedy, que traduzida para português e dirigida ao empresariado luso soará da seguinte forma: não pensem nas vantagens que poderão retirar do Estado, pensem antes na forma de contribuir para o desenvolvimento económico.

Todos pelo desenvolvimento

Sim, porque ‘desenvolvimento’ foi, de facto, a palavra--chave no discurso do candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS. Aliás, ele acabou por vincar que a tem colocado no centro da sua campanha, com o pressuposto de que a todos cabe pugnar pelo retoma de um caminho de prosperidade. Obviamente, incluiu nessa ‘equipa’ o presidente da República. Vendo-se em Belém, (re)prometeu que será um bastião da estabilidade. Lembrou que dela beneficiou como chefe de Governo e que tem arreigada a convicção de que os governos devem durar quatro anos, sendo, depois, julgados pelo povo.

Porém, Cavaco Silva também fez notar que os portugueses esperarão algo mais do ocupante do cadeirão do Palácio de Belém. Pela sua parte, está crente de que será um presidente com os predicados necessários para injectar no país "uma dose acrescida de confiança". E, além de se projectar como paradigma de cooperação - com o Governo, Assembleia da República e demais entidades políticas - e de mobilização da sociedade civil, crê que poderá ser o "exemplo" que vem "de cima" de que os portugueses necessitam.

Assumindo a sua vertente de economista, repisou no reforço da componente exportadora como a porta de saída para a crise. E considerou que um presidente da República pode "ajudar" o Executivo e os agentes económicos a reforçarem a capacidade de penetração externa dos produtos portugueses.

Voltou a recorrer aos 10 anos como primeiro-ministro para dar o exemplo do seu excelente relacionamento com os decisores políticos dos países africanos de língua oficial portuguesa. E ‘viajou’ até Angola, reconhecendo naquele mercado uma boa e grande oportunidade, presente e futura, para as empresas portuguesas.

Ao jeito de remate, fez equilibrar no prato da balança as responsabilidades públicas e privadas na batalha pelo desenvolvimento. Em concreto, pediu aos empresários que, nas empresas, sejam agentes de mudança, de modernização. E, quando a hora dos votos se aproxima, ‘deu uma de Scolari’, convocando toda a gente para a refrega eleitoral.


Fonte: A Voz de Azeméis
Data: 2006-01-19 15:40

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