Moinhos de Ul já recebem visitas

O programa completo do Parque Molinológico está a ser aprontado, mas as intervenções nos 11 moinhos já terminaram. E, enquanto as visitas já se sucedem, a Câmara quer transformar o pólo num vector de defesa ambiental.

Durante o 2º semestre do corrente ano, o Parque Temático Molinológico de Oliveira de Azeméis, situado em Ul e nos limites desta freguesia com Travanca e Loureiro, junto aos rios UL e Antuã, estará concluído, não só com os moinhos devidamente recuperados - processo que terminou no passado mês de Março -, mas também com um programa de animação e de actividades que visa reforçar-lhe a atractividade. Sendo de referir que, no momento, já decorrem visitas organizadas, nomeadamente por escolas da área, e realizadas por particulares.

Recorde-se que o projecto integra 11 moinhos, quatro dos quais privados, e que corporiza um investimento de quase um milhão de euros, sendo que as responsabilidades financeiras se repartem pelos promotores públicos e privados, com o orçamento - diga-se - a ser fortemente suportado por fundos europeus.

Em contacto com a Imprensa, o vereador António Rosa, acompanhado por técnicos do Gabinete de Turismo, destacou o trabalho empreendido, tendo salientado que a concretização do projecto se iniciou com um trabalho de levantamento dos moinhos existentes e enquadráveis e de contextualização antropológico, remetendo para a história regional e, nomeadamente, para o evoluir da actividade económica, com uma primeira utilização da força das águas para moer o pão a ser, depois, complementada pelo descasque de arroz.

Em termos das infraestruturas a implantar no Parque destaque para a vertente museológica, com o Núcleo do Moinho e do Pão a deter lugar de destaque e a ser depositário de acervo documental. Mas, registe-se que as memórias do passado também poderão ser apreciados pela ‘viva voz’ de alguns dos protagonistas dos ‘tempos idos’, com o respectivo registo a estar disponível num Espaço Multimédia.

Ainda relativamente ao plano estratégico que presidiu à ‘edificação’ do Parque Molinológico, Rosa fez questão de ligar a vertente histórica à ambiental, ‘conjugando’ turismo com sensibilização ecológico, processo ao qual a Câmara pretende associar as escolas concelhias, principalmente as que se situam na área geográfica envolvente. Aliás, próximo situa-se a ‘Ecoescola’ de Loureiro (a EB 2,3), que, face à evidente poluição que ataca as águas, aí encontrará um ‘bom’ tema de trabalho. E o vereador referiu, ainda, que a "manutenção permanente" dos espaços envolventes e dos acessos - via floresta - será uma ‘preocupação’ constante.

E, num momento em que até já decorrem visitas ao Parque, nomeadamente por parte de alunos de escolas, há quem - para lá dos responsáveis camarários - anteveja um futuro promissor para aquela ‘infraestrutura’. É o caso do empresário Valente Marques, da ‘Caçarola’, que foi ao baú do passado buscar a memória e o entusiasmo pelos moinhos, tendo enfatizado a importância destes no desenvolvimento local da indústria do arroz. Diga-se, aliás, que ele foi um dos que esteve na génese da UDAUL - União dos Descascadores de Arroz de Ul, que agregou seis dezenas de moleiros.

Foi com uma ‘ponta’ de emoção que apresentou o seu moinho recuperado, e em ‘plena’ laboração. Valente Marques contou com gosto os elogios recebidos por parte de alguns dos clientes da sua empresa que o têm visitado. E disse ser dos que acreditam na mais-valia turística do Parque Temático, em especial para as gerações mais jovens. Como único senão, o facto das ‘coisas’ não terem andado tão depressa como ele gostaria.

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